Canções

As canções aqui postadas foram interpretadas e trabalhadas tanto quanto ao gênero, grámatica, ortografia e pontuação, como a seus compositores e intérpretes e, também, contextualizada em seu tempo e espaço.

                                 SEGUNDO SEMESTRE

COMEÇANDO O SEGUNDO SEMESTRE COM HEITOR VILLA-LOBOS, FERREIRA GOULART, BOCA LIVRE E ADRIANA PARTIMPIM
Trenzinho Caipira







Trenzinho Caipira - Heitor Villa Lobos/Ferreira Goulart

Lá vai o trem com o menino
Lá vai a vida a rodar
Lá vai ciranda e destino
Cidade e noite a girar
Lá vai o trem sem destino
Pro dia novo encontrar
Correndo vai pela terra
Vai pela serra
Vai pelo mar
Cantando pela serra do luar
Correndo entre as estrelas a voar
No ar no ar no ar no ar no ar
Lá vai o trem com o menino
Lá vai a vida a rodar
Lá vai ciranda e destino
Cidade e noite a girar
Lá vai o trem sem destino
Pro dia novo encontrar
Correndo vai pela terra
Vai pela serra
Vai pelo mar
Cantando pela serra do luar
Correndo entre as estrelas a voar
No ar no ar no ar

SELEÇÃO: MEU BRASIL BRASILEIRO
Aquarela do Brasil





Aquarela Brasileira





Eu te amo meu Brasil



Aquele Abraço





Aquele abraço – Gilberto Gil

O Rio de Janeiro continua lindo
O Rio de Janeiro continua sendo
O Rio de Janeiro, fevereiro e março
Alô, alô, realengo - aquele abraço!
Alô, torcida do Flamengo - aquele abraço!
Chacrinha continua balançando a pança
E buzinando a moça e comandando a massa
E continua dando as ordens no terreiro
Alô, alô, seu Chacrinha - velho guerreiro
Alô, alô, Terezinha, Rio de Janeiro
Alô, alô, seu Chacrinha - velho palhaço
Alô, alô, Terezinha - aquele abraço!
Alô, moça da favela - aquele abraço!
Todo mundo da Portela - aquele abraço!
Todo mês de fevereiro - aquele passo!
Alô, banda de Ipanema - aquele abraço!
Meu caminho pelo mundo eu mesmo traço
A Bahia já me deu régua e compasso
Quem sabe de mim sou eu - aquele abraço!
Pra você que meu esqueceu - aquele abraço!
Alô, Rio de Janeiro - aquele abraço!
Todo o povo brasileiro - aquele abraço!

São São Paulo



Alegria Alegria



Aquarela





                                                    

BRASIL TROPICAL





                                   PRIMEIRO SEMESTRE



Canção da América 
Milton Nascimento
 “Canção da América” tem dois temas básicos: amizade e emoção. Ela ensina que a amizade desafia o tempo e o espaço quando aprendemos através dos sentimentos: sentir permite que as pessoas adquiram conhecimento do outro e se relacionem com outras pessoas.
A "Canção da América", de Fernando Brant e Milton Nascimento, é o canto do desejo de fraternidade, devido aos laços históricos e afetivos que unem os países americanos, em especial, os latino-americanos. Pelo potencial confraternizador, tornou-se o hino de celebração das amizades. Principalmente para embalar os encontros e as despedidas que a vida nos impõe. Na canção, por exemplo, podemos pensar nos amigos exilados pelas ditaduras de nossos países.





A velha a fiar

"A velha a fiar" uma música interpretada pelo Trio Irakitã foi composta por Aldo Taranto.
Esse videoclipe, de 1964, que é considerado por muitos críticos como o primeiro do Brasil e um dos primeiros do mundo, foi dirigido por Humberto Mauro.
É uma ilustração da antiga canção popular do interior do Brasil, utilizando tipos e costumes das velhas fazendas em decadência.
O vídeo mostra imagens bucólicas da vida rural: bois pastando, a moagem no pilão, os trabalhos do campo, os animais que farão parte da história. De repente, surge a velha na roca a fiar.
Ele mostra o ciclo da vida e a cadeia alimentar em equilíbrio e dependência do ser humano e animais. Tudo tem relação um com o outro, eles dependem entre si. O rato que persegue a mosca, o gato que persegue o rato e assim por diante.



Harmonia
Sá e Guarabyra



Como um bicho da rua pode ter
A alegria da rua pra morar
Como aquele que não te pode ter
Mas te tem nos pedaços que encontrar
Entre o povo apressado na estação
Tem a felicidade de um olhar
Um momento qualquer de emoção e harmonia

Uma noite se faz de escurecer
Madrugada se faz de clarear
Mas a luz no escuro faz nascer
Todo brilho da noite seu Luar
De manhã o escuro ao morrer
Vai nos mudar de dia e de prazer
E é assim que a gente vai viver em harmonia

Harmonia, Harmonia, Harmonia, Harmonia

Harmonia é ver o sol nascer
Com o brilho da lua ainda lá
Harmonia é a rua e é você
É a luz do escuro no olhar
Que desejo tão fácil de te ter
Que presente difícil de ganhar
Mas a sina do homem procurar harmonia

Harmonia é ver o sol nascer
Com o brilho da lua ainda lá
Harmonia é a rua e é você
É a luz do escuro no olhar
Que desejo tão fácil de te ter
Que presente difícil de ganhar
Mas a sina do homem procurar harmonia

Harmonia, Harmonia, Harmonia, Harmonia

Águas de Março
Tom Jobim e Elis Regina



É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol

É peroba do campo, é o nó da madeira
Caingá, candeia, é o MatitaPereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira

É o vento ventando, é o fim da ladeira
É a viga, é o vão, festa da cumeeira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira

É o pé, é o chão, é a marcha estradeira
Passarinho na mão, pedra de atiradeira
É uma ave no céu, é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão

É o fundo do poço, é o fim do caminho
No rosto o desgosto, é um pouco sozinho
É um estrepe, é um prego, é uma ponta, é um ponto
É um pingo pingando, é uma conta, é um conto

É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando
É a luz da manhã, é o tijolo chegando
É a lenha, é o dia, é o fim da picada
É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada

É o projeto da casa, é o corpo na cama
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato, na luz da manhã

São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração

É uma cobra, é um pau, é João, é José
É um espinho na mão, é um corte no pé

São as águas de março fechando o verão,
É a promessa de vida no teu coração

É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um belo horizonte, é uma febre terçã

São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração

pau, pedra, fim, caminho
resto, toco, pouco, sozinho
caco, vidro, vida, sol,
noite, morte, laço, anzol

São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração.

Planeta Água
Guilherme Arantes



O Pato
João Gilberto e Caetano Veloso



O Pato
Vinha cantando alegremente
Quém! Quém!
Quando um Marreco
Sorridente pediu
Prá entrar também no samba
No samba, no samba...

O Ganso, gostou da dupla
E fez também
Quém! Quém! Quém!
Olhou pro Cisne
E disse assim:
"Vem! Vem!"
Que o quarteto ficará bem
Muito bom, muito bem...

Na beira da lagoa
Foram ensaiar
Para começar
O tico-tico no fubá...

A voz do Pato
Era mesmo um desacato
Jogo de cena com o Ganso
Era mato
Mas eu gostei do final
Quando caíram n'água
E ensaiando o vocal...

Quém! Quém! Quém! Quém!
Quém! Quém! Quém! Quém!
Quém! Quém! Quém! Quém!
Quém! Quém! Quém! Quém!...

Vira Virou
Kleiton e Kledir



Vou voltar na primavera
E era tudo que eu queria
Levo terra nova daqui
Quero ver o passaredo
Pelos portos de Lisboa
Voa, voa que eu chego já

Ai se alguém segura o leme
Dessa nave incandescente
Que incendeia minha vida
Que era viajante lenta
Tão faminta da alegria
Hoje é porto de partida

Ah! Vira virou
Meu coração navegador
Ah! Gira girou
Essa galera

Gente Tem Sobrenome
Toquinho



Todas as coisas têm nome,
Casa, janela e jardim.
Coisas não têm sobrenome,
Mas a gente sim.
Todas as flores têm nome:
Rosa, camélia e jasmim.
Flores não têm sobrenome,
Mas a gente sim.

O Jô é Soares, Caetano é Veloso,
O Ary foi Barroso também.
Entre os que são Jorge
Tem um Jorge Amado
E um outro que é o Jorge Ben.
Quem tem apelido,
Dedé, Zacharias, Mussum e a Fafá de Belém.
Tem sempre um nome e depois do nome
Tem sobrenome também.

Todo brinquedo tem nome:
Bola, boneca e patins.
Brinquedos não têm sobrenome,
Mas a gente sim.
Coisas gostosas têm nome:
Bolo, mingau e pudim.
Doces não têm sobrenome,
Mas a gente sim.

Renato é Aragão, o que faz confusão,
Carlitos é o Charles Chaplin.
E tem o Vinícius, que era de Moraes,
E o Tom Brasileiro é Jobim.
Quem tem apelido, Zico, Maguila, Xuxa,
Pelé e He-man.
Tem sempre um nome e depois do nome
Tem sobrenome também.

Nuvem passageira
Hermes Aquino



Eu sou nuvem passageira,
Que com o vento se vai,
Eu sou como um cristal bonito
Que se quebra quando cai.

Não adianta escrever meu nome n'uma pedra,
Pois essa pedra em pó vai se transformar,
Você não vê que a vida corre contra o tempo
Sou um castelo de areia na beira do mar.

(Ar, Ar)

Eu sou nuvem passageira,
Que com o vento se vai,
Eu sou como um cristal bonito
Que se quebra quando cai.

A lua cheia convida para um longo beijo
Mas o relógio te cobra o dia de amanhã
Estou sozinho, perdido e louco no meu leito,
E a namorada analisada por sobre o divã.

(Ar, Ar, Ar) (Ar, Ar, Ar)

Eu sou nuvem passageira,
Que com o vento se vai,
Eu sou como um cristal bonito
Que se quebra quando cai.

Por isso agora o que eu quero e dançar na chuva
Não quero nem saber de me fazer ou me matar
Ou vou deixar um dia fique a minha energia
Sou um castelo de areia na beira do mar

(Ar, Ar, Ar) (Ar, Ar, Ar)

Eu sou nuvem passageira,
Que com o vento se vai,
Eu sou como um cristal bonito
Que se quebra quando cai. (4x)

Ponta de areia
Boca Livre



Ponta de areia ponto final.
Da Bahia-Minas estrada natural.
Que ligava Minas ao porto ao mar.
Caminho de ferro mandaram arrancar.
Velho maquinista com seu boné.
Lembra o povo alegre que vinha cortejar.
Maria fumaça não canta mais.
Para moças flores janelas e quintais.
Na praça vazia um grito um ai.
Casas esquecidas viúvas nos portais.

As Árvores
Arnaldo Antunes



As árvores são fáceis de achar
Ficam plantadas no chão
Mamam do sol pelas folhas
E pela terra
Também bebem água
Cantam no vento
E recebem a chuva de galhos abertos
Há as que dão frutas
E as que dão frutos
As de copa larga
E as que habitam esquilos
As que chovem depois da chuva
As cabeludas, as mais jovens mudas
As árvores ficam paradas
Uma a uma enfileiradas
Na alameda
Crescem pra cima como as pessoas
Mas nunca se deitam
O céu aceitam
Crescem como as pessoas
Mas não são soltas nos passos
São maiores, mas
Ocupam menos espaço
Árvore da vida
Árvore querida
Perdão pelo coração
Que eu desenhei em você
Com o nome do meu amor.